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Criar resiliência em instalações de tratamento de águas e águas residuais

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Criar resiliência em instalações de tratamento de águas e águas residuais

O acesso a água limpa é uma parte fundamental de qualquer sociedade e as instalações de tratamento de águas e águas residuais desempenham um papel importante, mas enfrentam continuamente inúmeras ameaças. Nesta publicação, iremos discutir os desafios enfrentados por estas instalações e como a tecnologia de vigilância de rede e o processamento de periferia baseado em IA podem ser utilizados para proteger este recurso vital.

"Milhares viveram sem amor, nenhum sem água." – H. Auden

Independentemente da localização e do estatuto socioeconómico, não há uma pessoa no mundo que não dependa da água. O seu valor é omnipresente, mas deve ser tratada antes de ser utilizada ou consumida. Como tal, as instalações de tratamento são os heróis anónimos da sociedade, que não só produzem água potável a partir de rios e lagos, como também tratam os esgotos para que sejam libertados com segurança para o meio ambiente. Estas instalações também purificam a água para utilização em indústrias como a do fabrico e da farmacêutica.

As instalações de tratamento de águas constituem a espinha dorsal de todas as comunidades em funcionamento, produzindo água limpa para apoiar funções sociais e industriais. Qualquer perturbação pode ter um impacto imediato, significativo e de longo alcance. É por este motivo que as instalações de tratamento de águas e águas residuais são consideradas parte da infraestrutura crítica de cada país, que está sujeita a um controlo regulamentar mais rigoroso. Na realidade, a Diretiva de Resiliência de Entidades Críticas (CER) da UE e a NIS2 exigem uma maior resiliência de qualquer organização definida como uma entidade crítica.

No entanto, estas instalações podem estar sujeitas a intrusões físicas, incidentes de segurança, contaminação da água, ciberataques ou falhas operacionais. Atingir a resiliência nas suas instalações exige uma abordagem ponderada e abrangente que integre tecnologia inteligente para ajudar a defender contra interrupções e melhorar a segurança geral, a proteção e a continuidade operacional. 

Defesa contra ameaças físicas a instalações 

O acesso a instalações de tratamento de águas e a reservatórios deve ser gerido cuidadosamente, uma vez que os intrusos,  se não forem identificados e contidos, podem potencialmente contaminar a água ou danificar o equipamento com consequências graves. As soluções tecnológicas podem apoiar os seus esforços de segurança ao aumentar a consciência situacional, verificar ameaças, reduzir a necessidade de patrulhas físicas e prevenir falsos alarmes. Agora, vamos analisar como isto funciona na prática, tendo em consideração as soluções que pode utilizar nas suas instalações. 

Começando fora do perímetro, o objetivo é parar e prevenir ameaças – terrestres e aéreas – antes mesmo de entrarem nas suas instalações. Ao adotar uma abordagem pró-ativa, pode utilizar dispositivos de radar direcionados para fora da linha da vedação com o intuito de detetar e identificar atividade indesejada dentro da sua zona "tampão", ou seja, uma área designada além da sua propriedade e que é constantemente monitorizada. As câmaras térmicas podem ser utilizadas para detetar intrusos ao longo da linha da vedação, em conjunto com câmaras PTZ que rastreiam e identificam suspeitos. Uma câmara PTZ também pode ser acoplada a uma solução de deteção de drones de terceiros para rastrear e identificar a intenção de ameaças aéreas.    

Trabalhando a partir do exterior para o interior, a área dentro da sua vedação de perímetro aproxima-nos um pouco mais dos ativos críticos. Aqui, a abordagem de segurança visa compreender toda a atividade dentro da sua linha de vedação. A deteção e monitorização desta área deve procurar dissuadir, intervir e mitigar quaisquer comportamentos indesejados. Aqui, os dispositivos de radar, a tecnologia térmica e as câmaras visuais podem fornecer aos seus operadores de segurança as informações de que necessitam para impedir que intrusos acedam a áreas sensíveis e de alto risco no seu perímetro. 

No entanto, apesar dos esforços no seu perímetro, ainda é possível que visitantes indesejados se aproximem dos seus edifícios e ativos críticos. Aqui, o controlo de acessos deve ser gerido com muito cuidado, pois este costuma ser o ponto de impacto para comportamento malicioso. Os intrusos constituem uma preocupação de segurança, pois podem causar danos em equipamentos vitais e áreas de acesso desconhecido que são perigosas para a sua própria saúde. A utilização de uma solução integrada que combine validação de credenciais, autorização multifatorial e verificação por vídeo irá ajudá-lo a saber exatamente quem está nas suas instalações e a que edifícios estão a tentar aceder. Além disso, permite-lhe intervir caso seja necessário evitar que pessoas ou veículos não autorizados entrem em áreas críticas ou perigosas. 

Além das ameaças físicas 

Embora os intrusos possam causar danos significativos, alguns elementos maliciosos nem sequer precisam de entrar na sua propriedade para infligirem danos. Os cibercriminosos podem aceder e assumir remotamente o controlo de redes e sistemas legados desatualizados. Na verdade, já vimos isto acontecer antes. Em 2021, os hackers acederam remotamente ao sistema informático de uma instalação de tratamento de águas na Flórida e alteraram os níveis químicos no sistema por breves momentos antes de o incidente ser detetado e revertido. Se tivessem tido sucesso, o impacto teria sido catastrófico. 

A mitigação da ameaça de ciberataques envolve uma abordagem de segurança multifacetada para garantir uma defesa forte. Isto inclui a utilização de dispositivos concebidos a pensar na cibersegurança, a atualização regular do software para garantir a proteção contra as ameaças mais recentes e a modernização dos seus sistemas para se proteger contra ciberataques organizados e bem financiados.

Melhorar a eficiência operacional e a continuidade do negócio 

Qualquer interrupção nos fornecimentos de água pode ter consequências drásticas e de longo alcance, especialmente se acontecer por períodos prolongados. Como tal, a continuidade do negócio assume um significado ainda mais importante quando se trata de instalações de tratamento de água. Os incidentes de segurança não representam as únicas ameaças à continuidade, e precisa de garantir que o seu equipamento está em boas condições de funcionamento para evitar avarias do sistema.

Historicamente, só teria conhecimento de um problema depois de uma peça de equipamento ter avariado ou se tivesse sido detetado durante uma inspeção de rotina. A investigação e as reparações subsequentes resultariam em tempo de inatividade não planeado, estando associada uma perda financeira significativa. No entanto, agora temos soluções tecnológicas que conseguem detetar o primeiro sinal de disfunção antes que este cause um impacto. 

Por exemplo, a falha do equipamento é frequentemente precedida por um aumento da temperatura. Pode utilizar uma câmara termométrica para monitorizar a temperatura da superfície, tratando quaisquer aumentos inesperados como um indicador chave de uma disfunção. Isto permite-lhe intervir antes de ocorrerem falhas e encerramentos , com o benefício positivo de reduzir custos e melhorar a resiliência geral. Também pode recolher e analisar dados operacionais históricos para identificar tendências e implementar processos que mitigam problemas ao longo do tempo. 

Uma palavra sobre a segurança 

Enquanto empregador, tem o dever de diligência para garantir a saúde e a segurança dos seus colaboradores, do público e da comunidade em geral. Isto envolve tudo, desde fornecer o equipamento de proteção individual (EPI) correto até garantir que a sinalização e as medidas preventivas adequadas estão em vigor, em conformidade com a regulamentação. É ainda mais crítico tendo em consideração o tipo de produtos químicos perigosos que são armazenados e utilizados nas suas instalações e o potencial impacto da água contaminada ou comprometida que entra na comunidade e no meio ambiente. 

Pode utilizar a tecnologia de videovigilância para apoiar a avaliação da conformidade regulamentar e intervir se for detetada uma não conformidade. Por exemplo, identificar se um funcionário está a usar o EPI certo numa área e restringir o acesso caso não esteja.  Também pode implementar soluções que monitorizam e detetam quedas, para que os funcionários possam ser atendidos rapidamente, e avaliar os ambientes para alertar as equipas caso haja incêndio ou fumo. O áudio permite-lhe transmitir mensagens aos trabalhadores para ajudar a preservar a vida e garantir o respetivo bem-estar.

Proteger um recurso social vital 

As ameaças contra infraestruturas críticas estão a tornar-se cada vez mais complexas e sofisticadas, e um incidente bem-sucedido pode ter um impacto direto na sociedade em geral. Como resultado, é importante criar resiliência nas operações de segurança e proteção nas suas instalações de tratamento de águas e águas residuais para o ajudar a resistir e a recuperar de ameaças – quer sejam maliciosas ou não. O investimento em tecnologia que apoie os seus esforços de segurança e operacionais é fundamental para manter a continuidade e a resiliência. Desta forma, pode enfrentar os desafios de hoje e, ao mesmo tempo, mitigar os riscos de amanhã.

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Joe Morgan

Joe Morgan é o Segment Development Manager (Gestor de desenvolvimento do segmento) para Infraestruturas críticas na Axis Communications, Inc., onde desenvolve estratégias e cria relações de canal para expandir a presença da Axis na América do Norte. Antes de se juntar à Axis em 2017, ocupou cargos de desenvolvimento de negócios e vendas na FLIR Systems, Olympus Industrial e Everest/VIT, com foco no fornecimento de novas tecnologias a mercados emergentes. O Sr. Morgan possui uma certificação CFATS, está ativo na ASIS e obteve um Licenciatura em Educação pela Universidade do Texas, em Arlington.

Joe Morgan